Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas
de Telecomunicações e Operadores de Mesas Telefônicas
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Na manhã de quinta, dia 7 de julho, membros da Executiva da FENATTEL reuniram-se com o novo presidente da OI, Marcos Schroeder.

A reunião formal, ocorreu na sede da empresa e acompanhando-o, estiveram ainda os diretores de Estratégia, Maurício Vergani, e os Gerentes,  de Gestão, Alexandre Sena e de Relações do Trabalho, Marcos Mendes.

A reunião durou mais de uma hora e,  a princípio, o presidente transcorreu sobre a situação atual da empresa e como ele via seu futuro. Demonstrando ser conhecedor dos problemas da Oi, ele que já conta com 14 anos no grupo, falou sobre as dificuldades enfrentadas, notadamente com relação à dívida gigantesca e aos interesses dificílimos de conciliar.

Defendeu o processo de Recuperação Judicial em curso como a única alternativa viável para a sobrevivência da empresa e que os recursos em caixa garantem um investimento para 2016 até superior aos anos passados (R$ 5 bi só este ano). E que ainda dispõe de mais R$ 2 bi para fazer frente ao plano de recuperação que será apresentado em até 60 dias ao juiz da Sétima Vara Empresarial do Rio de Janeiro.

Após nossas cobranças sobre o impacto que todo este processo causará no mercado de trabalho (pois de forma direta ou indireta, cerca de 100 mil trabalhadores em telecomunicações  estão envolvidos), o presidente fez questão de nos responder afirmando que não haverá nenhum corte de pessoal; que não ocorrerá nenhum corte ou atraso de salários; que o plano de saúde, os tíquetes, a creche, bem como os demais itens constantes no acordo coletivo de trabalho estão completamente assegurados; que os recursos para pagar os serviços de rede externa atualmente tocados pela Rede Conecta, Serede e Telemont não sofrerão qualquer tipo de atraso ou interrupção, o mesmo ocorrendo com as faturas da Contax, no teleatendimento.

Nas palavras do presidente, a única coisa que impacta diretamente com os sindicatos é o fato de ações trabalhistas movidas por ex-trabalhadores contra a Oi (sejam demandadas pelos departamentos jurídicos dos sindicatos ou por advogados particulares) entraram na Recuperação Judicial, ficando seus pagamentos suspensos nestes próximos 6 meses. E que em breve, a diretoria Jurídica da empresa nos procurará para viabilizarmos um acordo para estes casos.

Insistimos ainda, sobre o grau de exposição a riscos da Fundação Atlântico e ele nos garantiu que absolutamente nada muda, pois ao longo dos anos, inclusive com a nossa decisiva participação no conselho deliberativo, a fundação foi blindada contra qualquer problema que viesse a ocorrer na patrocinadora.

Para finalizar, cobramos a importância de boas notícias para os trabalhadores da Oi tão expostos negativamente nestes últimos dias. Pois, entendemos que além das palavras elogiosas ao comprometimento do pessoal, faz-se necessário também um estímulo mais concreto que se daria, por exemplo, na manutenção do programa de participação nos resultados, o Placar.

O presidente não só entendeu, como concordou com nossa reivindicação e afirmou já ter conseguido um sinal verde do Conselho de Administração para tratar deste tema conosco, apesar de tudo.

Nós reafirmamos ser urgente para o conjunto dos trabalhadores da Oi a definição do Placar 2016 e nos dispusemos a trabalhar de imediato para a renovação do acordo já existente e que vem sendo aprimorado ano a ano.

O presidente concluiu, afirmando que a negociação com os credores já está em curso, envolvendo um grande deságio e troca da dívida por ações. E que mesmo num cenário difícil, há luz no fim do túnel e tem confiança no futuro da empresa!

PLACAR

De nossa parte, entendemos, por consenso, que a reunião foi positiva. Saímos com as respostas que queríamos para o curto prazo e avaliamos que estava em nossas mãos a oportunidade de fecharmos o acordo do Placar 2016 (e que ela poderia ser única...). Assim, de forma extraordinária, após um pequeno intervalo para o almoço, retomamos a reunião com este propósito.

Em linhas gerais, o programa é o mesmo do ano passado e que pagou 2,2 salários igualmente para todos.  Permanecem como indicadores: Receita Líquida; Ebitda; Reclamações Anatel e Base de Clientes. Só o último, Dívida Líquida muda um pouco e aumenta o seu peso, que passa a ser de 30%. Salientando, que este indicador é exatamente o sucesso da Recuperação Judicial. Se ele for conseguido (e acreditamos que será...), nossa avaliação é que pagará um prêmio ligeiramente inferior ao de  2015, o que, para um ano de imensos problemas na micro e na macroeconomia, estaria dentro do razoável.

Pelos trabalhadores estiveram na reunião os companheiros da Executiva, Almir Munhoz, Alessandro Torres, Luis Antonio Silva, Marcelo Beltrão e Pedro Vitor D. Rosa.