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O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou 2017 com variação de 2,95%, segundo o IBGE. A inflação registrada no ano passado é uma das menores dos últimos anos. Essa informação poderia significar tempos melhores, entretanto, recortes de dados mais aprofundados reforçam que essa suposta melhoria está longe de beneficiar a população.

 

Ao contrário do que afirma a matéria de capa da Folha de SP de 11/01, “inflação para os mais pobres bate recorde de baixa”, a realidade evidencia que as políticas postas em prática pelo atual governo levam a população mais pobre a sofrer consequências dramáticas.

 

Nos últimos anos observou-se o grande crescimento do desemprego. As famílias tiveram que reduzir os custos e se adaptar à nova realidade com menor renda. O cenário permanece complicado, com 12,6 milhões de pessoas desempregadas.

 

Segundo o IBGE, cerca da metade dos trabalhadores brasileiros sequer recebe um salário-mínimo por mês, cujo novo valor, de R$ 954, determinado por Temer, é o menor aumento em 24 anos. O reajuste do mínimo ficou abaixo da inflação pelo 2º ano consecutivo.

 

De modo geral, o preço dos alimentos, que seguem a demanda e a oferta, teve diminuição. Por outro lado, a população não teve alívio no bolso, com o aumento do gás de cozinha, energia e gasolina. Estes itens sacrificam ainda mais o trabalhador num cenário de perspectivas já difíceis, pois afeta a rotina das pessoas e a economia como um todo. Nos últimos cinco meses, o reajuste do botijão chegou a 68% e a tendência para 2018 não é das melhores.

 

A decisão do governo de congelar os gastos públicos por 20 anos também agrava esse cenário. Os investimentos mínimos para educação e saúde deixam de crescer proporcionalmente à receita do país. Se o país já possui má qualidade de ensino público, aos poucos enfrentará uma realidade ainda pior. E o acesso ao sistema de saúde terá retrocessos. Uma dura realidade que somente os mais pobres enfrentam.

 

Outra decisão da má administração de Temer foi a Deforma Trabalhista, que retira direitos garantidos por lei aos trabalhadores brasileiros. A deforma incentiva a alta rotatividade, levando à substituição de contratados por pessoas ganhando menos e em piores condições. Esse é um golpe feroz aos mais pobres.

 

 

Desigualdade

A miséria tem crescido de forma surpreendente nos últimos anos. O levantamento “Síntese de Indicadores Sociais” do IBGE revela que, em 2016, o número de brasileiros vivendo com rendimentos mensais abaixo de um quarto do salário-mínimo havia aumentado 53% em comparação com 2014, alcançando 24,8 milhões de pessoas, ou seja, 12,1% do total da população vivem na “pobreza extrema”.

 

Dos 88,9 milhões de trabalhadores ocupados em 2016, 44,4 milhões recebiam, em média, o equivalente a 85% do valor do salário-mínimo vigente, ou R$ 747. Por outro lado, 889 mil pessoas (1% do total da população empregada) recebia, em média, R$ 27 mil mensais.

 

Quase 30% da renda do Brasil está nas mãos de apenas 1% dos habitantes, a maior concentração do tipo no mundo. Enquanto os parlamentares (maioria empresários) aprovam os projetos maléficos de Temer, a população brasileira sente os efeitos do aprofundamento das desigualdades e retirada de direitos. 

 

 

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