Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas
de Telecomunicações e Operadores de Mesas Telefônicas
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O debate sobre os impactos do ambiente laboral na saúde dos LGBT aconteceu de forma descontraída e foi transmitido ao vivo para todos através das redes sociais. Mediado pela jornalista e youtuber Maíra Azevedo, mais conhecida como Tia Má, o evento contou com público diverso, politizado e irreverente.

Com temática focada no setor de teleatendimento, o debate contou com informações de especialistas como Dr. Roberto Ney (Comissão da Diversidade da Ordem dos Advogados do Brasil); Dra. Renata Dutra (pesquisadora do setor e advogada do trabalho); Zilmar Alverita (pesquisadora de Gênero) e do Dr. Eduardo Reis (médico do trabalho e médico do Sindicato).

Aberto ao público, o evento possibilitou intervenções de estudantes universitários das áreas de Serviço Social, Psicologia e Gênero, profissionais de teleatendimento (call center), militantes de movimentos sociais, etc., que puderam expor suas dúvidas e realidade, além de buscar respostas e fomentar o debate. O tema do debate foi bastante elogiado pelos espectadores, tanto pela importância voltada à população LGBT quanto à responsabilidade político social da entidade sindical.

“A imposição de metas e scripts, controle excessivo da gestão, a hostilidade do ambiente laboral, a falta de tratamento adequado e exames médicos periódicos e psicológicos ao LGBT são fatores que contribuem para o adoecimento psíquico desta população. A iniciativa do Sindicato em discutir uma temática dessa magnitude gera uma perspectiva sobre o estudo da causa, fomenta quais medidas de prevenção devem ser tomadas para a diminuição desses agravos e gera uma centralização de pauta nesse sentido”, elogiou Zilmar Alverita.

Observando a importância de inclusão e tratativa dos problemas que acometem os trabalhadores LGBT dentro do teleatendimento, o Sinttel Bahia em suas reuniões de negociações de campanha salarial já discutia e levava para a mesa cláusulas sociais que beneficiassem essa população, como por exemplo, a implementação do Nome Social no crachá, que é uma realidade adotada pela empresa Atento.

A secretária de saúde do Sinttel Bahia, Sandra Dias observa que o desafio maior é fazer o teleoperador ter a consciência da dignidade da sua função e retirar o estigma de que seu trabalho é temporário “ Os riscos vão além das doenças sexualmente transmissíveis. Muitos não se sentem à vontade em procurar o ambulatório da empresa, as mudanças hormonais fazem parte de quem se automedica ... mas as empresas só visam o bom atendimento característico do LGBT e não se preocupa em humanizar as relações e o ambiente laboral”, ressaltou.

Sabendo o debate através de material impresso distribuído pelo Sindicato, o supervisor Paulino Andrade (nome fictício) denunciou a intolerância e homofobia vivida dentro do setor e elogiou a entidade pela iniciativa da discussão “ Eu fui trabalhar de camisa floral e calça apertada e fui chamado atenção pela forma que me vestia! Percebi que a empresa quer que prestemos um bom atendimento mas praticava uma certa homofobia com os seus funcionários, por isso acho de suma importância que o Sindicato vá além dos atos na porta da empresa e promova atividades que venham descontruir, alertar e instruir a sociedade sobre a diversidade presente em nossa realidade”, comemorou.

No final do evento os participantes puderam tietar os palestrantes e ainda levaram certificado do evento com carga horária.

 

 

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